Nasceu em Clermont, no dia 19 de junho de 1623. Filho de Etienne Pascal e Antoinette Begon, ficou órfão de mãe aos três anos de idade. Suas extraordinárias qualidades de inteligência, reveladas desde os primeiros anos da infância, tornaram-se todo o orgulho do pai de Pascal, que quis encarregar-se pessoalmente de sua educação. O jovem Pascal manifestou, desde logo, um pendor excepcional pelas matemáticas, a tal ponto que, segundo sua irmã Gilberte, chegou a descobrir os fundamentos da geometria euclidiana. Aos dezesseis anos de idade, escreveu um tratado de tal profundeza que se dizia não ter sido escrito outro, depois de Arquimedes, que se lhe pudesse comparar. Esse tratado despertou o entusiasmo de Descartes. Enquanto isso, continuava Pascal os seus estudos do latim e do grego, nos quais seu pai o havia iniciado, e, nos intervalos, dedicava-se também à lógica, à física, à filosofia. Aos dezoito anos de idade, inventou uma máquina de calcular. Aos vinte e três, já era senhor de imenso cabedal científico, tendo descoberto várias leis sobre a densidade do ar, o equilíbrio dos líquidos, o triângulo aritmético, o cálculo das probabilidades, a prensa hidráulica, etc.
RESUMO DO LIVRO:
Pensamentos (Pensées) escrita em 1670 é um tratado sobre a espiritualidade em que faz a defesa do cristianismo. Destinada a tocar os libertinos (pessoas que negam toda religião revelada, a qual se deve demonstrar) e os céticos (que colocam tudo em dúvida). Segundo Pascal, o homem é um ser miserável, um “nada do ponto de vista do infinito universo, um tudo do ponto de vista do nada, isto é, um meio-termo entre o nada e o tudo”. Ele é incapaz de atingir a verdade, pois a razão humana é constantemente enganada pela imaginação ou outras “potências enganadoras”. Sua única esperança é Deus: ele tem tudo a ganhar apostando na existência Dele. É o famoso argumento da aposta.
Pascal engajou-se em uma reflexão sobre a significação dos milagres, iniciando pela luta dos jansenistas contra os jesuítas e, em seguida, no debate entre cristãos e ateus. Pouco a pouco, formou-se o projeto de uma apologia da religião cristã que, em seu primeiro momento, visava apresentar os milagres como fundamento da religião. O filósofo renuncia, pois, esta argumentação no ano seguinte para trabalhar em um projeto que funda a religião sobre a Sagrada Escritura e sua interpretação simbólica. As grandes linhas desse projeto são apresentadas em uma conferência em Port-Royal em 1658. Nessa data, numerosos fragmentos foram já redigidos. Gravemente doente a partir de 1659, Pascal retomou seu trabalho apenas no outono de 1660. A obra de Pascal como teólogo e escritor foi muito mais influente do que sua contribuição à ciência.
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